Terror urbano

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Após o enorme sucesso dos super-heróis a vigilância tomou conta das ruas das cidades. Acabou-se com privado, vive-se na era das câmeras.
Passando pelas casas, todas tem o olho mágico digital, tornando segura a entrada e saída do lar, prevenindo assaltos e vandalismos.
Claro, também revela acontecimentos nunca antes vistos, como o casal se agarrando ao lado do portão, inofensivo, anteriormente infalseável se aconteceu ou não. Revela o escritor conversando sozinho na rua escura.
De carro, cá no centro, encontram-se os seguranças eletrônicos. Impedem invasões, assaltos a queima roupa, roubo de carros e de vendas.
Também ajuda a esconder a droga quando a polícia vai passar, caso entre para fazer revista. Ajuda a tapar a boca da criança sequestradas que tá no porão.
No topo de cada prédio tem um observador oculto, que ajuda em todos os eventos acima.
Porém, ela não só observa. Ela também faz circular.
Circula opressão pela vigilância. Circula o medo de ser pego fazendo nada demais. Circula o medo de ser mal entendido em um ato e ir a cana por isso. Circula o medo de ser o próximo alvo da violência, e isso lhe faz colocar mais uma.
E outra do lado oposto.
Mais uma dentro de casa, a empregada pode estar roubando.
A criança pode ser drogada, coloca ali pra ver o que ela faz.
O cônjuge pode estar traindo, no quarto também.
Hackeia a do celular, nunca se sabe pra onde está a essas horas… fala de trabalho mas pode estar na farra.
Ponha uma em mim também, será que mexem comigo de noite?
Uma na bolsa, talvez tenham me roubado e nunca iria perceber, mesmo olhando por todas as outras.
Ponha uma nas cabeças, vamos descobrir quem pensa coisa errada e punir.
Parece que agora todo mundo é uma câmera, e nem tem mais como se esconder.

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