Pareço, pra ti, poeta, meu amor?
Andando pelas ruas descalço
Amando a ti por todo espaço?
Pareço poeta que fala da dor?
Ou nos meus odes não realço
As mazelas, pareço aço?
Pareço poeta ao falar
Da minha cidade
De como passei nela minha mocidade?
Lhe pareço poeta quando me declaro?
Ou lhe falta amparo
Emocional para despir
E sentir
Tudo aquilo que me tira o ar
Seria absurdo
Ou de acordo
Com normal
A sós em momento tal
Me declarar
Com intensidade
De quem amanhã estará morto?
Te tiraria o ar?
Cheguemos no finalmente
Parece até de repente
Mas te amo profundamente
Da minha vida sou eterno passageiro
Sem ter pontos finais
Um vai-vem nas pessoas,
Viajando por entre almas.
Nunca chegando cedo
Mas sim tarde demais
Outras vem cedo
As demais, muito tarde
Vou embora sempre.
Não tenho casa,
Não tenho a mim,
Só tenho a esperança
De que vou ter um fim.
(Mas nem minha morte viverei-
Ela não me pertence.)
Tanto tempo em silêncio
Estou com medo da minha voz
Após anos a sós
Tenho medo de mim.
Hoje acordei assim
Apavorado para sair de casa
Sem ter desenvolvido asas
Como passarinho, me arremessam
Com ou sem espinhos não me interessam
O sol faz comigo
O que com as pedras faz
Sou nem inanimado ou antigo
Mas meu corpo aqui jaz
Sem mente,
Morro rápido
Somente
Corro, sólido
De mim. De tudo.
Sempre tem algo lá
Onde estou, o medo está
Pavor tenho, isso não mudará
Meu desempenho cai afinal
Me rendo à vida que vivi tão mal.
Você é uma daquelas pessoas que eu sempre olhei de longe, ficava pensando como a gente daria certo. Daquelas de olhar foto e ver que a cor dos nossos olhos se balanceia e que seríamos fotogênicos.
Na verdade, quando via seu feed, percebia como eu podia ser bom pra você; tanto ali, no social, quanto no pessoal. Temos os mesmos interesses mas não temos nada em comum.
Eu sempre vi você e pensei como eu seria um bom namorado, melhor do que qualquer um seu até agora. Eu ia dormir na sua casa e te levar café na cama. Mesmo que todos fizessem isso, o meu é diferente. Eu desenho um coração, suas iniciais, um passarinho defeituoso na crema no expresso. Eu faço expresso. Eu pegaria textos e decoraria pra você.
Eu sempre achei que daríamos certo, mas nunca acertei se dá pra eu ser feliz.
Quando respiro,
É do teu mundo o ar
Quando choro,
A lágrima vem do teu mar.
Quando vivo,
É com batidas do teu coração
Quando agressivo
É tua essa e toda emoção.
Quando penso,
É sobre ti que divago
Quando tenso,
No teu colo acho sossego.
Quando sempre
Minha porta aberta
Pra que você entre.
Gritar felicidade
É um bom jeito
De livrar-se do peito
Peso tirado com facilidade
Aquele não demonstrado
Só escondido
Em meio aos sorrisos expressos
Uma mágoa ristretta
À atenção restrita
Seguindo meus passos
Entenderiam tão fácil,
Mas como se não sou dócil?
Olheiras como rojões
Não uso maquiagem
Desleixo como mensagem
Nada dá questões
Talvez porque o que importa
É que sorrindo o mundo me suporta
E ninguém suporta chorões.
Meu amor é reflexo
Do seu
Ou só mero reflexo
Ao seu?
Reflito sobre tal
Virtualidade ou realidade
Quem sabe sou inteiro
Talvez só metade
Mas amor de metade não existe
Sou teu por inteiro
Ou fico solteiro
Meu amor reflete
Olho no espelho
Mas não me completo
Sal do velho Restelo
Num relacionamento complexo
Te quero ao meu lado porque tu tiras uma dor enorme do meu peito. É como um soro injetado na minha corrente sanguínea, removendo o mal estar.
Minha dúvida é se és morfina ou remédio. Tiras neutralizando ou atacando a causa? És tu, bem-amada, um paliativo ou cura?
Ainda não descobri, mas quero-te desde o acordar ao adormecer. Em ambos casos, me fazes bem.
Num mundo de viver-se procurando sombras em cavernas Contemplo agora minha luz. Se todos vai procurar saber e serão enganados, minha mãe sempre disse Não sou todo mundo, não é tudo que seduz Talvez não sejam grutas, sombras; mas óculos escuros em tabernas
Minha ascensão vem em forma de mulher que escolhe se abre as pernas
Não em bar, nunca foi meu estilo, mas numa biblioteca De conhecimento da vida, externa Um Vale do conhecimento tão sagrado quanto Meca. Minha luz, Que deu luz à escuridão que o amor me trama Às inseguranças muitas que ficam claras a chama do sentimento de quem ama Quem sabe vivemos num mundo no qual vive-se em busca de puro sexo Mesmo ninguém entendendo qual o nexo Talvez impulso natural de vida; Talvez só desejo de diversão Mas saem em busca de sexo puro Mesmo que tem demais e de tanto ver são, do anterior, versão Ainda entusiasmada com coisas estranhas… Buscam pelo puro, mas a sós veem de incestos a estupros, De simplicidade de contexto a coisas de revirar entranhas.
Para isso não precisei da luz, A esse tipo de loucura não me expus. Ah! não sei se somos presos à caverna de Platão, acorrentados e privados de visão Definhados a ver sombras por toda vida e agradecer pela falta de opção Mas olho para ela e vejo mais que esperança, mas salvação Não pra pureza, mas pela certeza, pela convicção Que mesmo sendo sombra, claramente tem razão.
Calma,
O tempo é seu amigo
Mas amigos traírem é um perigo
Possível e plausível de karma
O tempo vai deixar como está
Mas exponenciado
Se bom, melhorado
Se ruim, só vai piorar
Use seu tempo direito
É um direito seu gastá-lo
Mas gastando certo
De certo irá aproveitá-lo
Você só vai perder tempo
Não importa o que fizer
A tarde fechou o tempo
Agora nada pode fazer.