Pseudário do crescimento

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Como posso ser menino
Se até ontem havia barba em meu rosto?
Não que tenha sido repentino
Sem ela é mais difícil dar desgosto
O rosto fica pelado
A pele, os erros, deixa de lado.
O garoto joga,
Ele brinca com a vida
Tenta até ter gana
Mas a verdade é indevida
Esforça para o gol
Volta e toma dois
Não culpa dele que depois
Seu time não mais jogou
O grupo de trabalho
Saiu uma merda
Ficou colcha de retalhos
O garoto joga, sem medo da morte
Tantos amores sem nenhuma herda
Até que mesmo prevenindo, pediu que aborte.
Como posso não ser menino
Se não aprendi a lidar com tudo?
A idade bateu um sino
Com o qual me tiraram o escudo
Agora só me colocaram pra viver
Sem a mínima idéia do que fazer.

-R.C.

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Meta

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Falo do amor
Amor por compor
Sem dor de me expôr
Meu mundo impor
Pra quem ler supor
Que entende a dor
Que sente meu amor
Como passassem um sensor
Para ver meu suor
Se não verem, depor
E no clímax de tanto calor
Não vêem o real teor
Dos textos. O maior temor
É não expressar tal amor:
O texto rimador.

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Compreende?

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Faço descaso com relações
Materiais, espirituais
Entre mentes e corações
Junto de todos seus rituais
Não vejo mais sentido neles
Com não vejo nos toques em peles
Queria de novo sentir-me
Conectado a qualquer coisa;
Menina, arte
Até a mim mesmo.
Conectado pela internet até o Japão
Mas sem sentido
Não sinto-me nem comigo
Quem dirá com meus semelhantes
Eles são?
Alguns parecem
Mas se assemelham?
Nenhum deles lê e entende
Tentar sequer tentam
Perguntam tudo bem pela próxima pergunta
O caderno nunca foi material
Mas sim entidade
Me conectei de forma tal
A escrever e ter idade
E ver no poema que escrevi
Que alguém me compreende ali.

-R.C.

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Eros puro

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O que é amor?
Seria dormir ao lado
E mesmo, após, acordado
Ao mesmo sonho se dispor
Ou ver nomes
E em nome de ambos
Ter atos nada santos
Para ver se a complicação some
Talvez mais simples,
Só olhar fotos
E ter desejo de consumar fatos
Não sei o que é amor
Como então posso saber
Quando estou a amar?

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Dias de poeta

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Tanta poesia
Com a dor que já senti
No momento é cada um por si
Mas a gente se entendia
Bate as ideias forte
Dá epilepsia
Imediatamente
Seria assim eternamente
Poetas de tanto lugar
Unidos pela dor de estar
A agonia
De ser.
Com vossos poemas posso contar
Para voltar a harmonia
Nos meus dias de poeta
Quando a mente não fica quieta.

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Barroco contemporâneo

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Idas e voltas
Navegações infinitas
Nau secular transbordando
Todo um mundo em seu deck
Ondas…
Só sobram ondas.
As quis mas falta mais
Como vais?
Gostaria de lhe pedir
A mão na minha
Sejamos dois corações apaixonados
Pendular,
Hora quer
Hora vai
Licurgo, me largue
Legislaste minhas perdas
Sem mais espaços
Divergindo entre espaços
Há muito tempo
Que estou sem
E ficou quem?
Só a tenho em memória
Deixou minha vida
Para habitar minha estória
Devaneios entre o que e o se
O fato é uma vida sem
Refletindo sobre como estar
Outras? Mais de cem,
De lugar em lugar
Se o lugar não colabora
Ressuscita-lá não será agora.

-R.C.

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Canto preenchido

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E dormiu com lápis na mão
O menino que queria ser poeta
Mas em seus cadernos,
Folhas, comunicados escolares,
Outros livros ou na própria mesa
Desejava passar a escrever poesia
Ao invés da lírica realidade vivida.
Dormiu com lápis na mão
Na esperança de nos sonhos ser enfim um poeta,
E não mais só menino.

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Tragédia não, crônica

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Mediante tantos questionamentos, gerados pelo momento social e época do ano, todos têm objetivos e querem algo. Inserido nesse contexto, você deve se perguntar: quais são minhas expectativas para mim?

Você quer emagrecer? Quer enriquecer? Precisa estudar mais? Já se esforçou e precisa de descanso? Terapia vai te fazer bem? Você está feliz, ou tem potência para?

Algumas respostas doerão. O peso precisa ser perdido, mas falta genética. O dinheiro é almejado, porém a crise cada vez mais aperta. O tempo de trabalho toma cada vez mais o de estudo. Não é porque se precisa que se terá- isso se encaixa para felicidade também. Não é porque a necessidade de ser feliz existe (talvez pela ditadura do bem-estar ou questões psicológicas) que ela será suprida.

Pelo momento social, fé em valores ou qualquer parâmetro existente, o mundo tem expectativas para você. Estudar, estudar, prova. Mais provas até vestibular. Se não passar, volte ao início, se der certo, volte ao início novamente. Provas e provas até concursos, entrevistas de emprego, sucesso profissional. Se tiver ou não, há de se achar amor- ah, desejo mesquinho de não estar sozinho. Procure o par perfeito- não, ele te encontrará. Enquanto isso, pegue e largue o que vier. Case, tenha filhos (de preferência 2, um menino e menina, para dá-lo a primeira playboy e ensiná-la bons modos). Aposente-se sem nenhuma conquista grandiosa por você, sem ser, quem sabe, um campeonato de futebol ganho entre ex-colegas de faculdade. Morra e tenha flores no enterro, mas um epitáfio genérico (o além condiz o aquém).

Pegue as suas expectativas consigo e subtraia as sociais: esse é o futuro mais miserável possível, e o único plausível com sua moral de rebanho não superada.

De mais vale, indo contra a escravidão da vontade geral- democracia de porcos -saia da ignorância maior num grito de individualidade falho, e vá até o topo do prédio onde mora (e faltam somente 20 prestações para quitá-lo) e tire as vestes- por um momento lembra-se de alguma notícia haver com 3 da tarde, mas ignora o pensamento.

Tenha o último lapso de unidade consigo enquanto cai e tire seus grilhões junto da vida.

-R.C.

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Espera(nça)

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Tanta espera
Me desespera
Alucina
Não por cima
Mas bem dentro
Já não me concentro
Só penso em ti ignorando
Ah!, a ignorância…
Como cega tudo
Tudo ou nada, nada mudo!
Ou amor quente pra morrer
Ou morrer de falta de amor
Sem mais motivo pra ser
Sem ser a espera cheia de dor

-R.C.

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Despedida

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Vem cá, meu amor
Diz pra mim o que não devias
Por antes ser proibido
Agora já não mais
Conta pra mim teus segredos
De hoje e daquela época
Como você sentia aqueles abraços
Como tu sentias naquelas tardes frias e calorosas
Me explica tua cabeça
Naquela chuva que tomamos nós
Quase desnudos, com inocência
Uma alma prometida e outra talvez presa
Faz o que não devia
Mas o que eu preciso
Me beija agora,
Antes da minha partida
São os últimos momentos
A gente se entende depois
Tudo o que temos
É agora para saber
Por favor, me beija, me mata
Para eu saber se beijo
Ou morro
Ou vou sem beijar
E sem morrer
E sem você.

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