Pareço, pra ti, poeta?

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Pareço, pra ti, poeta, meu amor?
Andando pelas ruas descalço
Amando a ti por todo espaço?
Pareço poeta que fala da dor?
Ou nos meus odes não realço
As mazelas, pareço aço?
Pareço poeta ao falar
Da minha cidade
De como passei nela minha mocidade?
Lhe pareço poeta quando me declaro?
Ou lhe falta amparo
Emocional para despir
E sentir
Tudo aquilo que me tira o ar
Seria absurdo
Ou de acordo
Com normal
A sós em momento tal
Me declarar
Com intensidade
De quem amanhã estará morto?
Te tiraria o ar?
Cheguemos no finalmente
Parece até de repente
Mas te amo profundamente

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Dos momentos e momentâneos

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Da minha vida sou eterno passageiro
Sem ter pontos finais
Um vai-vem nas pessoas,
Viajando por entre almas.
Nunca chegando cedo
Mas sim tarde demais
Outras vem cedo
As demais, muito tarde
Vou embora sempre.
Não tenho casa,
Não tenho a mim,
Só tenho a esperança
De que vou ter um fim.
(Mas nem minha morte viverei-
Ela não me pertence.)

-R.C.

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Luminosidade em Minas – As Crônicas de Um Fotógrafo

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Num mundo de viver-se procurando sombras em cavernas
Contemplo agora minha luz.
Se todos vai procurar saber e serão enganados, minha mãe sempre disse
Não sou todo mundo, não é tudo que seduz
Talvez não sejam grutas, sombras; mas óculos escuros em tabernas
Minha ascensão vem em forma de mulher que escolhe se abre as pernas
Não em bar, nunca foi meu estilo, mas numa biblioteca
De conhecimento da vida, externa
Um Vale do conhecimento tão sagrado quanto Meca.
Minha luz,
Que deu luz à escuridão que o amor me trama
Às inseguranças muitas que ficam claras a chama do sentimento de quem ama
Quem sabe vivemos num mundo no qual vive-se em busca de puro sexo
Mesmo ninguém entendendo qual o nexo
Talvez impulso natural de vida;
Talvez só desejo de diversão
Mas saem em busca de sexo puro
Mesmo que tem demais e de tanto ver são, do anterior, versão
Ainda entusiasmada com coisas estranhas…
Buscam pelo puro, mas a sós veem de incestos a estupros,
De simplicidade de contexto a coisas de revirar entranhas.

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Foto por Nicole Ilário

Para isso não precisei da luz,
A esse tipo de loucura não me expus.
Ah! não sei se somos presos à caverna de Platão, acorrentados e privados de visão
Definhados a ver sombras por toda vida e agradecer pela falta de opção
Mas olho para ela e vejo mais que esperança, mas salvação
Não pra pureza, mas pela certeza, pela convicção
Que mesmo sendo sombra, claramente tem razão.

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Ciências

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Conhecimento
É bom sempre, visível
Traz tormento
Paz impossível
Mas é alimento
E imprescindível
Já passaram milhares de anos
A discussão permanece igual
Platão apontava a outros planos
Seu discípulo ao visual
Misticismo
Ou realismo?
Entre ambos o enorme abismo.
Filosofia humana
Ou metafísica divina?
Seguir aqueles da retórica
Ou a natureza mitológica?

-R.C.

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Desespero

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Não tenho tempo
Nunca o tive, nunca o terei
Pressa inútil, te direi
Pois deste caminho não sou rei
Não funciona comigo
Do mesmo jeito que com os outros
A escola é o menor mal
O seu conjunto aterroriza
Presente inútil
Preocupações bobas
Futilidades inteiras
Quero a realidade
Não aguento mais cópias
Quero sair dessa imitação.

-R.C.

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Karma

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Não existe gente boa
Todos tem defeitos
Fazem crueldades
O destino não existe
E o acaso te coloca nas piores situações
Não tem o que fazer
Se não algo “ruim”
Se ele existe
E o karma sua consequência,
Todos morremos eventualmente
Sinal que algum momento
Fizemos algo digno de morte
O ser humano é um lixo.

-R.C.

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Pseudário do crescimento

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Como posso ser menino
Se até ontem havia barba em meu rosto?
Não que tenha sido repentino
Sem ela é mais difícil dar desgosto
O rosto fica pelado
A pele, os erros, deixa de lado.
O garoto joga,
Ele brinca com a vida
Tenta até ter gana
Mas a verdade é indevida
Esforça para o gol
Volta e toma dois
Não culpa dele que depois
Seu time não mais jogou
O grupo de trabalho
Saiu uma merda
Ficou colcha de retalhos
O garoto joga, sem medo da morte
Tantos amores sem nenhuma herda
Até que mesmo prevenindo, pediu que aborte.
Como posso não ser menino
Se não aprendi a lidar com tudo?
A idade bateu um sino
Com o qual me tiraram o escudo
Agora só me colocaram pra viver
Sem a mínima idéia do que fazer.

-R.C.

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Imprevisível

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Sentir junto, queria só
Mas a sós
Estou de pé
Sem chão
Tenho fé
Sem religião
Idéias formadas
Sem cabeça formatada
As coisas não são tanto como achamos.

-R.C.

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​Eventualmente fantasmas eu vejo

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Por essas ruas é sempre a mesma coisa
Não dá pra dizer que variam cores
Se somente o que há
É uma em vários tons.
Não dá pra dizer que há só um fantasma
Quando se encontra um em cada esquina
E se mistura e engana todos brancos
Tantos tons e tantos dons
Há de se dizer que até nos bares
Cheios de gente, cores e mais
Não encontro cor alguma
Só fantasmas ali, mas minha é a falta de paz
É a sanidade inteira que os vendo jaz
Num casamento esperado,
Regado a clássico e jazz
Olho para o caderno e ao meus pés
Ando e escrevo sobre os fantasmas que reencontro
Em tons da mesma grafite e me desmonto
Pois a morte chegou a eles sem eu nem desejar.

-R.C.

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