Gostar de alguém
Pior que falar pra ela
É admitir para mim,
Então, aí vai…
Pô, eu gosto de alguém,
Vulnerável a desilusões,
Felicidades,
Aberto e refém às suas opções.
Pior que falar pra ela
É admitir para mim,
Então, aí vai…
Pô, eu gosto de alguém,
Vulnerável a desilusões,
Felicidades,
Aberto e refém às suas opções.
A escuridão total
É o quadro em branco mais belo
A ser preenchido.
Não há igual
Tela a fechar os olhos
E vê-la pintando.
É só sem luz
Que as cores se expressam puramente.
Não tenho tempo
Nunca o tive, nunca o terei
Pressa inútil, te direi
Pois deste caminho não sou rei
Não funciona comigo
Do mesmo jeito que com os outros
A escola é o menor mal
O seu conjunto aterroriza
Presente inútil
Preocupações bobas
Futilidades inteiras
Quero a realidade
Não aguento mais cópias
Quero sair dessa imitação.
-R.C.
Não existe gente boa
Todos tem defeitos
Fazem crueldades
O destino não existe
E o acaso te coloca nas piores situações
Não tem o que fazer
Se não algo “ruim”
Se ele existe
E o karma sua consequência,
Todos morremos eventualmente
Sinal que algum momento
Fizemos algo digno de morte
O ser humano é um lixo.
-R.C.
Hoje puseste a escova junto à minha
Ontem fomos procurar casa.
Amanhã não sei como será,
Sei que você aí estará
Como é bom aos poucos
Amar como no tempo de loucos.
Arrisco me chamar de poeta clássico
Não pela forma
Mas pelo meu formato
Respiro poesia, transpiro lirismo
Todo papel é caderno
Todo instrumento é grafite
Todo momento é verso,
Portanto, vivo submerso.
Épocas são estrofes
E minha vida um poema.
Procuro amor em todo lugar
Mas sempre que amo não sou
E sempre que sou não amo
E me prendo a maus amores facilmente
E não vejo lugar errado pra procurar
Só um que nunca acharei e nem acho
E é dentro de mim
Ali nem tento
Sei que não há interesse
Sequer amor
Sequer reciprocidade
Então não tento
E continuo nos maus-amores
Ou no não-amar.
-R.C.
Como posso ser menino
Se até ontem havia barba em meu rosto?
Não que tenha sido repentino
Sem ela é mais difícil dar desgosto
O rosto fica pelado
A pele, os erros, deixa de lado.
O garoto joga,
Ele brinca com a vida
Tenta até ter gana
Mas a verdade é indevida
Esforça para o gol
Volta e toma dois
Não culpa dele que depois
Seu time não mais jogou
O grupo de trabalho
Saiu uma merda
Ficou colcha de retalhos
O garoto joga, sem medo da morte
Tantos amores sem nenhuma herda
Até que mesmo prevenindo, pediu que aborte.
Como posso não ser menino
Se não aprendi a lidar com tudo?
A idade bateu um sino
Com o qual me tiraram o escudo
Agora só me colocaram pra viver
Sem a mínima idéia do que fazer.
-R.C.
Falo do amor
Amor por compor
Sem dor de me expôr
Meu mundo impor
Pra quem ler supor
Que entende a dor
Que sente meu amor
Como passassem um sensor
Para ver meu suor
Se não verem, depor
E no clímax de tanto calor
Não vêem o real teor
Dos textos. O maior temor
É não expressar tal amor:
O texto rimador.
Quando te vi quis pular alto
Gritar pra que me visse
Jogar fogos pela atenção
Mas eu acenei discretamente
O coração palpitou e quis sair pela boca
Ou do peito
Ou simplesmente parar
Mas a cabeça acalmou-o
Quando me cumprimentou eu queria abraçar forte
Beijar longo
Te contar do quando senti tua falta
Mas demos beijos casuais e sorrimos
Até quando conversamos quis falar a verdade
Quebrar meus princípios
Jogar tudo em você
Mas só levei tranquilo pra não te assustar
A verdade
É que eu sempre quero
E quero tanto
Que só um lampisco do desejo
Assustaria você de tal forma
Então eu escondo
Até quando nem consigo esconder.