Era uma vez um homem
Sedutor de mulheres compromissadas
Não pra causar desordens
Mas para traírem e serem amadas
Comprarem o que do amante
Era mais marcante
O instinto primeiro
De quem abraça
É sentir o cheiro
Antes e depois do amasso
O vendedor de perfumes por inteiro
As queria, de graça
Conquistava-as, com esmero
Tirava-as da desgraça
Nunca possuiria
Completamente
Só o corpo, não a mente
Elas o riam
Sem saber o que sente
Só tesão, ele mente
O vendedor de perfumes
Escondia sentimentos
Como quem tira lumos
De quartos fechados
Hoje coleciona as mulheres tidas
Mas não tem solução de Midas.
Nesta caixa de cimento
Onde guardamos nossa rotina
E sacramos nossa retina
Vejo caixas e lamento
Sem caixas,
Aos poucos o que se encaixava
Vai embora o que durava
E encaixado coisas menos baixas.
É um quebra-cabeça
De vida toda
Desmontado em remessa
Todavia.
Protesto é inútil
Detesto ser fútil
O material apodrece
Mental só enriquece
Aos poucos encaixo minha vida
Como fosse material
Como fosse normal
Se desfazer da tida.
Dar adeus ou até logo
Pros meus, não me empolgo
Só Deus vai saber
Quanta falta vão fazer.
Mais do que da Sicília
Aquelas unidas famílias
A minha se mantém junto
Encaixando-se pr’outro mundo.
Pareço, pra ti, poeta, meu amor?
Andando pelas ruas descalço
Amando a ti por todo espaço?
Pareço poeta que fala da dor?
Ou nos meus odes não realço
As mazelas, pareço aço?
Pareço poeta ao falar
Da minha cidade
De como passei nela minha mocidade?
Lhe pareço poeta quando me declaro?
Ou lhe falta amparo
Emocional para despir
E sentir
Tudo aquilo que me tira o ar
Seria absurdo
Ou de acordo
Com normal
A sós em momento tal
Me declarar
Com intensidade
De quem amanhã estará morto?
Te tiraria o ar?
Cheguemos no finalmente
Parece até de repente
Mas te amo profundamente
Você é uma daquelas pessoas que eu sempre olhei de longe, ficava pensando como a gente daria certo. Daquelas de olhar foto e ver que a cor dos nossos olhos se balanceia e que seríamos fotogênicos.
Na verdade, quando via seu feed, percebia como eu podia ser bom pra você; tanto ali, no social, quanto no pessoal. Temos os mesmos interesses mas não temos nada em comum.
Eu sempre vi você e pensei como eu seria um bom namorado, melhor do que qualquer um seu até agora. Eu ia dormir na sua casa e te levar café na cama. Mesmo que todos fizessem isso, o meu é diferente. Eu desenho um coração, suas iniciais, um passarinho defeituoso na crema no expresso. Eu faço expresso. Eu pegaria textos e decoraria pra você.
Eu sempre achei que daríamos certo, mas nunca acertei se dá pra eu ser feliz.
Quando respiro,
É do teu mundo o ar
Quando choro,
A lágrima vem do teu mar.
Quando vivo,
É com batidas do teu coração
Quando agressivo
É tua essa e toda emoção.
Quando penso,
É sobre ti que divago
Quando tenso,
No teu colo acho sossego.
Quando sempre
Minha porta aberta
Pra que você entre.
Meu amor é reflexo
Do seu
Ou só mero reflexo
Ao seu?
Reflito sobre tal
Virtualidade ou realidade
Quem sabe sou inteiro
Talvez só metade
Mas amor de metade não existe
Sou teu por inteiro
Ou fico solteiro
Meu amor reflete
Olho no espelho
Mas não me completo
Sal do velho Restelo
Num relacionamento complexo
Num mundo de viver-se procurando sombras em cavernas Contemplo agora minha luz. Se todos vai procurar saber e serão enganados, minha mãe sempre disse Não sou todo mundo, não é tudo que seduz Talvez não sejam grutas, sombras; mas óculos escuros em tabernas
Minha ascensão vem em forma de mulher que escolhe se abre as pernas
Não em bar, nunca foi meu estilo, mas numa biblioteca De conhecimento da vida, externa Um Vale do conhecimento tão sagrado quanto Meca. Minha luz, Que deu luz à escuridão que o amor me trama Às inseguranças muitas que ficam claras a chama do sentimento de quem ama Quem sabe vivemos num mundo no qual vive-se em busca de puro sexo Mesmo ninguém entendendo qual o nexo Talvez impulso natural de vida; Talvez só desejo de diversão Mas saem em busca de sexo puro Mesmo que tem demais e de tanto ver são, do anterior, versão Ainda entusiasmada com coisas estranhas… Buscam pelo puro, mas a sós veem de incestos a estupros, De simplicidade de contexto a coisas de revirar entranhas.
Para isso não precisei da luz, A esse tipo de loucura não me expus. Ah! não sei se somos presos à caverna de Platão, acorrentados e privados de visão Definhados a ver sombras por toda vida e agradecer pela falta de opção Mas olho para ela e vejo mais que esperança, mas salvação Não pra pureza, mas pela certeza, pela convicção Que mesmo sendo sombra, claramente tem razão.
Depois do que você quer
E antes do que imagina
É nesse momento
Que entrarei na sua vida
Ó amada
Pra ser sincero
Não faço ideia…
Quais planos foram feitos
E quais postos a Nero?
Teremos nossa Odisséia
Ou demora menos que eu quero.
T’espero no presente
Mesmo consciente
Que seu, só meu futuro
Por mais que tente
Avançar mais rápido
O mundo é mais duro
E o tempo imaleável.
Eu não pedi pra nascer
Na verdade, não pedi nem pra ser
Esse negócio estranho, pessoa complicada
Meu olho é castanho e a menina emaranhada
De olhar pra rua e ver acidente
De fitá-la nua e ter outra em mente
De querê-la sua sem saber o que sente.
Sou meio mesquinho, egoísta
Queria eu ser budista
É demais pedir uma aura branca?
É demais pedir pr’esse espírito que incapacita
Essa coisa que se mata mas ressuscita
Desaparecer?
Não acho que é pedir demais
Mas nem me surpreendo mais
Eu nem pedi pra nascer.
São fios grisalhos ao espelho?
Na barba à fazer e cabelo feito?
Não, só maldito efeito
Da vontade de ser velho
Ah, como temo a juventude
De mim tudo toma
Mesmo em sua plenitude
Vejo esse sintoma
Fugazes relações
Frágeis relacionamentos
Escoando por ser jovem,
Ainda mais vem
Com ou sem ações,
Substituição terá seu momento
Espelho, espelho meu
Os grãos que lhe fizeram,
São os que me faltaram
Ou é engano meu?
Se não faltaram, faltarão
Se não caíram, cairão
Se sumiram, explicação
Demando, compreenção
A caminhada fará mal
Estarei pronto
Mesmo que meu ponto
Seja o final.