Atenas é dos Homens

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Quando o assunto entre amigo
Do mundo meu, impossível
Busco dele o inteligível
Mentiras, não platonismos
Sempre me são exaltados
Certezas só do outro lado
Da caverna sobe o abismo
Entre a incerteza sensível
E a elevação incrível.

Rodrigo Afonsus

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Soneto dos desejos impossíveis

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Sequer passou pela minha cabeça
Então deixei seguir em frente ilesa
Essa ideia tão doida de beleza
Penetraste, fez com que eu me enlouqueça

Vejo sua cor e disputa começa
E a essência me pegou de surpresa
Viral apesar de benção, a natureza
De tão intensa, muito recompensa.

Tal qual uma árvora cuja existência
Veio cruzar um rigoroso inverno
Desejo meu sol com toda presença

Mas que o inverno acabará, é certo
Só queria controlar a decência
Do que invade-me e fica tão perto.

Rodrigo Afonsus

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Eu te conheço, meu bem

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Vejo ele fazendo todas aquelas coisas
Que eu falei que faria
Ele está aí e faz,
Mas meu bem, eu dizia
Que conheci o que te satisfaz
sei aquilo

Se tivesse a chance-
Mas não, se bem que a gente repetia
Como Deus tem nuance
De vilão, heresia ou hipocrisia
Talvez um dia eu me canse
Da razão, e dê espaço pra alegria.

Isso só me prova mais
Que eu te faria feliz.

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Fair far

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I looked straight to your eyes
Trying to mean something unsaid
I don’t know quite well if you got it
I only know that when I tried to leave it explicit
My mouth shut.
My throat got full
And somehow even the air got stuck.

How should I accept that I left
If I couldn’t say goodbye?

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Compreende?

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Faço descaso com relações
Materiais, espirituais
Entre mentes e corações
Junto de todos seus rituais
Não vejo mais sentido neles
Com não vejo nos toques em peles
Queria de novo sentir-me
Conectado a qualquer coisa;
Menina, arte
Até a mim mesmo.
Conectado pela internet até o Japão
Mas sem sentido
Não sinto-me nem comigo
Quem dirá com meus semelhantes
Eles são?
Alguns parecem
Mas se assemelham?
Nenhum deles lê e entende
Tentar sequer tentam
Perguntam tudo bem pela próxima pergunta
O caderno nunca foi material
Mas sim entidade
Me conectei de forma tal
A escrever e ter idade
E ver no poema que escrevi
Que alguém me compreende ali.

-R.C.

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Gratidão à obra

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Tem dias que levantar da cama é só a primeira vitória
Enfiar algo na guela é por sobrevivência
Se depender de mim só como na última ceia
Pronto pra ir pra cruz
Há momentos que o sol é a desgraça
Por me lembrar que vivo
Que ando, sento
Não só existo
Até olhar no espelho é difícil
Olhar alguém odiado
Que não para de seguir e imitar
Minha única salvação
Acho que foi a poesia
Sem ela já tinha sido levado à muito.

-R.C.

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