Caixas e caixas…

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Nesta caixa de cimento
Onde guardamos nossa rotina
E sacramos nossa retina
Vejo caixas e lamento
Sem caixas,
Aos poucos o que se encaixava
Vai embora o que durava
E encaixado coisas menos baixas.
É um quebra-cabeça
De vida toda
Desmontado em remessa
Todavia.
Protesto é inútil
Detesto ser fútil
O material apodrece
Mental só enriquece
Aos poucos encaixo minha vida
Como fosse material
Como fosse normal
Se desfazer da tida.
Dar adeus ou até logo
Pros meus, não me empolgo
Só Deus vai saber
Quanta falta vão fazer.
Mais do que da Sicília
Aquelas unidas famílias
A minha se mantém junto
Encaixando-se pr’outro mundo.

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Amor perro

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Soneto
Prometo
Meto
Medo
Cedo
Sedo
Crêdo
Crédo
Sêde
Séde
Médi
Médium
Prédio
Fétido
Fere
Foice
Noite
Nóz
Vós
Voz
Atrós…

-R.C.

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Pareço, pra ti, poeta?

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Pareço, pra ti, poeta, meu amor?
Andando pelas ruas descalço
Amando a ti por todo espaço?
Pareço poeta que fala da dor?
Ou nos meus odes não realço
As mazelas, pareço aço?
Pareço poeta ao falar
Da minha cidade
De como passei nela minha mocidade?
Lhe pareço poeta quando me declaro?
Ou lhe falta amparo
Emocional para despir
E sentir
Tudo aquilo que me tira o ar
Seria absurdo
Ou de acordo
Com normal
A sós em momento tal
Me declarar
Com intensidade
De quem amanhã estará morto?
Te tiraria o ar?
Cheguemos no finalmente
Parece até de repente
Mas te amo profundamente

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Dos momentos e momentâneos

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Da minha vida sou eterno passageiro
Sem ter pontos finais
Um vai-vem nas pessoas,
Viajando por entre almas.
Nunca chegando cedo
Mas sim tarde demais
Outras vem cedo
As demais, muito tarde
Vou embora sempre.
Não tenho casa,
Não tenho a mim,
Só tenho a esperança
De que vou ter um fim.
(Mas nem minha morte viverei-
Ela não me pertence.)

-R.C.

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Ficou louco

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Tanto tempo em silêncio
Estou com medo da minha voz
Após anos a sós
Tenho medo de mim.
Hoje acordei assim
Apavorado para sair de casa
Sem ter desenvolvido asas
Como passarinho, me arremessam
Com ou sem espinhos não me interessam
O sol faz comigo
O que com as pedras faz
Sou nem inanimado ou antigo
Mas meu corpo aqui jaz
Sem mente,
Morro rápido
Somente
Corro, sólido
De mim. De tudo.
Sempre tem algo lá
Onde estou, o medo está
Pavor tenho, isso não mudará
Meu desempenho cai afinal
Me rendo à vida que vivi tão mal.

-R.C.

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A tua imagem

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Você é uma daquelas pessoas que eu sempre olhei de longe, ficava pensando como a gente daria certo. Daquelas de olhar foto e ver que a cor dos nossos olhos se balanceia e que seríamos fotogênicos.
Na verdade, quando via seu feed, percebia como eu podia ser bom pra você; tanto ali, no social, quanto no pessoal. Temos os mesmos interesses mas não temos nada em comum.
Eu sempre vi você e pensei como eu seria um bom namorado, melhor do que qualquer um seu até agora. Eu ia dormir na sua casa e te levar café na cama. Mesmo que todos fizessem isso, o meu é diferente. Eu desenho um coração, suas iniciais, um passarinho defeituoso na crema no expresso. Eu faço expresso. Eu pegaria textos e decoraria pra você.
Eu sempre achei que daríamos certo, mas nunca acertei se dá pra eu ser feliz.

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Ação e respiração

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Quando respiro,
É do teu mundo o ar
Quando choro,
A lágrima vem do teu mar.
Quando vivo,
É com batidas do teu coração
Quando agressivo
É tua essa e toda emoção.
Quando penso,
É sobre ti que divago
Quando tenso,
No teu colo acho sossego.
Quando sempre
Minha porta aberta
Pra que você entre.

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Mundo bom

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Gritar felicidade
É um bom jeito
De livrar-se do peito
Peso tirado com facilidade
Aquele não demonstrado
Só escondido
Em meio aos sorrisos expressos
Uma mágoa ristretta
À atenção restrita
Seguindo meus passos
Entenderiam tão fácil,
Mas como se não sou dócil?
Olheiras como rojões
Não uso maquiagem
Desleixo como mensagem
Nada dá questões
Talvez porque o que importa
É que sorrindo o mundo me suporta
E ninguém suporta chorões.

-R.C.

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