Compreende?

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Faço descaso com relações
Materiais, espirituais
Entre mentes e corações
Junto de todos seus rituais
Não vejo mais sentido neles
Com não vejo nos toques em peles
Queria de novo sentir-me
Conectado a qualquer coisa;
Menina, arte
Até a mim mesmo.
Conectado pela internet até o Japão
Mas sem sentido
Não sinto-me nem comigo
Quem dirá com meus semelhantes
Eles são?
Alguns parecem
Mas se assemelham?
Nenhum deles lê e entende
Tentar sequer tentam
Perguntam tudo bem pela próxima pergunta
O caderno nunca foi material
Mas sim entidade
Me conectei de forma tal
A escrever e ter idade
E ver no poema que escrevi
Que alguém me compreende ali.

-R.C.

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Um novo Deus

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A natureza cúmplice
É uma de minhas poucas crenças
Raras, excepcionais, não-vice
Uma de minhas contradições e diferenças
Um mundo todo de observador
À olhar-me sentindo a dor
Mesmo não vendo um Deus
Messias, profeta e tal
Os ventos se padecem com erros meus
Se comportando de modo anormal
É simples observação
Não qualquer sobrenatural
Só simples demonstração
Do que acontece no bem e no mal
O sol abre e clareia
Ao som das minhas melhores histórias
A nuvem estraga, ferrenha
Quando assiste as minhas piores memórias
Só um efeito tão bonito
Complexo,
O qual assitir não êxito
Deixa-me tão perplexo
A cumplicidade natural
Vive no campo, centro, área rural

-R.C.

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Insônia por antecipação

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Algo me atrai
Em tudo que machuca
Meu coração trai
Logo menos ele caduca
Não basta socar ponta de faca sempre
É correr envolver com essa gente
Óbvio o futuro
Claro como água
Mas ele é tão obscuro
Queria mais uma trégua
Eu e o peito, trabalhando junto
Pra não ter outro leito sendo menos tonto
Unir os dois e impedir de rolar
Porque depois, quem vai querer se matar?
Essas promessas seriam boas
Se eu soubesse as manter
Mas vamos manter mentiras soltas pra se contradizer
Não tô fugindo de destino
Nem de um ponto final
Só que já imagino a gente se dando mal
Você me puxa para perto
Vamos juntos se quebrar
O coração não é experto
Já começou a se apegar
Mas não durmo com medo
Da lição que faltou, não aprendo
Só nos resta ou curtir
Ou antecipar.

-R.C.

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Gratidão à obra

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Tem dias que levantar da cama é só a primeira vitória
Enfiar algo na guela é por sobrevivência
Se depender de mim só como na última ceia
Pronto pra ir pra cruz
Há momentos que o sol é a desgraça
Por me lembrar que vivo
Que ando, sento
Não só existo
Até olhar no espelho é difícil
Olhar alguém odiado
Que não para de seguir e imitar
Minha única salvação
Acho que foi a poesia
Sem ela já tinha sido levado à muito.

-R.C.

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Humanidades

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Se há uma ocasião humana, é a morte
Ela independe de classe social,
Se tem azar ou sorte
Ou conhecimento cultural.
A morte não se importa com os vivos
Tanto faz quem ficou
Ela não dá mimos
E pra quem fica nunca facilitou
A morte não se importa com a vida
Se foi honrosa ou não
Mediocridade ou ascensão
Corta fio sendo de algodão ou seda
Ela não se importa com o morto
Se estava no banco do carro
Se se sujava de barro
Ou de alguém tirando sarro…
A morte só se importa com a própria morte
Portanto humana e egoísta.

-R.C.

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Imprevisível

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Sentir junto, queria só
Mas a sós
Estou de pé
Sem chão
Tenho fé
Sem religião
Idéias formadas
Sem cabeça formatada
As coisas não são tanto como achamos.

-R.C.

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​Eventualmente fantasmas eu vejo

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Por essas ruas é sempre a mesma coisa
Não dá pra dizer que variam cores
Se somente o que há
É uma em vários tons.
Não dá pra dizer que há só um fantasma
Quando se encontra um em cada esquina
E se mistura e engana todos brancos
Tantos tons e tantos dons
Há de se dizer que até nos bares
Cheios de gente, cores e mais
Não encontro cor alguma
Só fantasmas ali, mas minha é a falta de paz
É a sanidade inteira que os vendo jaz
Num casamento esperado,
Regado a clássico e jazz
Olho para o caderno e ao meus pés
Ando e escrevo sobre os fantasmas que reencontro
Em tons da mesma grafite e me desmonto
Pois a morte chegou a eles sem eu nem desejar.

-R.C.

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Barroco contemporâneo

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Idas e voltas
Navegações infinitas
Nau secular transbordando
Todo um mundo em seu deck
Ondas…
Só sobram ondas.
As quis mas falta mais
Como vais?
Gostaria de lhe pedir
A mão na minha
Sejamos dois corações apaixonados
Pendular,
Hora quer
Hora vai
Licurgo, me largue
Legislaste minhas perdas
Sem mais espaços
Divergindo entre espaços
Há muito tempo
Que estou sem
E ficou quem?
Só a tenho em memória
Deixou minha vida
Para habitar minha estória
Devaneios entre o que e o se
O fato é uma vida sem
Refletindo sobre como estar
Outras? Mais de cem,
De lugar em lugar
Se o lugar não colabora
Ressuscita-lá não será agora.

-R.C.

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Espera(nça)

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Tanta espera
Me desespera
Alucina
Não por cima
Mas bem dentro
Já não me concentro
Só penso em ti ignorando
Ah!, a ignorância…
Como cega tudo
Tudo ou nada, nada mudo!
Ou amor quente pra morrer
Ou morrer de falta de amor
Sem mais motivo pra ser
Sem ser a espera cheia de dor

-R.C.

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