Poesia em geral, de todos os tipos, para todos os gostos

Quando te vi

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Quando te vi quis pular alto
Gritar pra que me visse
Jogar fogos pela atenção
Mas eu acenei discretamente
O coração palpitou e quis sair pela boca
Ou do peito
Ou simplesmente parar
Mas a cabeça acalmou-o
Quando me cumprimentou eu queria abraçar forte
Beijar longo
Te contar do quando senti tua falta
Mas demos beijos casuais e sorrimos
Até quando conversamos quis falar a verdade
Quebrar meus princípios
Jogar tudo em você
Mas só levei tranquilo pra não te assustar
A verdade
É que eu sempre quero
E quero tanto
Que só um lampisco do desejo
Assustaria você de tal forma
Então eu escondo
Até quando nem consigo esconder.

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Compreende?

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Faço descaso com relações
Materiais, espirituais
Entre mentes e corações
Junto de todos seus rituais
Não vejo mais sentido neles
Com não vejo nos toques em peles
Queria de novo sentir-me
Conectado a qualquer coisa;
Menina, arte
Até a mim mesmo.
Conectado pela internet até o Japão
Mas sem sentido
Não sinto-me nem comigo
Quem dirá com meus semelhantes
Eles são?
Alguns parecem
Mas se assemelham?
Nenhum deles lê e entende
Tentar sequer tentam
Perguntam tudo bem pela próxima pergunta
O caderno nunca foi material
Mas sim entidade
Me conectei de forma tal
A escrever e ter idade
E ver no poema que escrevi
Que alguém me compreende ali.

-R.C.

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Eros puro

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O que é amor?
Seria dormir ao lado
E mesmo, após, acordado
Ao mesmo sonho se dispor
Ou ver nomes
E em nome de ambos
Ter atos nada santos
Para ver se a complicação some
Talvez mais simples,
Só olhar fotos
E ter desejo de consumar fatos
Não sei o que é amor
Como então posso saber
Quando estou a amar?

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Conceitos invertidos

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Queria eu mesmo era sentir o que sei
Ou ao menos saber o que sinto
Me tiro da situação fácil, e não minto
Quando digo entender o que evitar tentarei
Mas dificilmente evito o óbvio
Explicado por mim num passado não-mórbido
Poderia eu ao menos ter a quem amo
Ou amar a quem tenho
Pois quando amo persisto e me derramo
Para tentar tê-la, este é o prêmio
Mas se não a tenho, sigo a correr
E a quem tenho torno a perder
Talvez, quem sabe, poderia eu viver o que sonho
Não sonhar enquanto vivo
Gostar do que faço
Ou fazer o que gosto
Lembrar o que foi vivido
Viver para ter o que lembrar
Morrer sem olhar pra trás
Não olhar pra trás, com medo de morrer.

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Um novo Deus

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A natureza cúmplice
É uma de minhas poucas crenças
Raras, excepcionais, não-vice
Uma de minhas contradições e diferenças
Um mundo todo de observador
À olhar-me sentindo a dor
Mesmo não vendo um Deus
Messias, profeta e tal
Os ventos se padecem com erros meus
Se comportando de modo anormal
É simples observação
Não qualquer sobrenatural
Só simples demonstração
Do que acontece no bem e no mal
O sol abre e clareia
Ao som das minhas melhores histórias
A nuvem estraga, ferrenha
Quando assiste as minhas piores memórias
Só um efeito tão bonito
Complexo,
O qual assitir não êxito
Deixa-me tão perplexo
A cumplicidade natural
Vive no campo, centro, área rural

-R.C.

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Insônia por antecipação

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Algo me atrai
Em tudo que machuca
Meu coração trai
Logo menos ele caduca
Não basta socar ponta de faca sempre
É correr envolver com essa gente
Óbvio o futuro
Claro como água
Mas ele é tão obscuro
Queria mais uma trégua
Eu e o peito, trabalhando junto
Pra não ter outro leito sendo menos tonto
Unir os dois e impedir de rolar
Porque depois, quem vai querer se matar?
Essas promessas seriam boas
Se eu soubesse as manter
Mas vamos manter mentiras soltas pra se contradizer
Não tô fugindo de destino
Nem de um ponto final
Só que já imagino a gente se dando mal
Você me puxa para perto
Vamos juntos se quebrar
O coração não é experto
Já começou a se apegar
Mas não durmo com medo
Da lição que faltou, não aprendo
Só nos resta ou curtir
Ou antecipar.

-R.C.

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Respostas

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Gosto das coisas simples
Um olhar de canto
Soslaio pra ver sem querer
Gosto de abraços longos e apertados
Com aquela respiração profunda
De quem tem ar,
Mas o tem tirado
Gosto de beijos lentos
De ficar sem oxigênio
Mas queimar por dentro
Combustão expontânea
Gosto de coisas que não controlo
Coisas simples que fazemos a gosto.

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Gratidão à obra

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Tem dias que levantar da cama é só a primeira vitória
Enfiar algo na guela é por sobrevivência
Se depender de mim só como na última ceia
Pronto pra ir pra cruz
Há momentos que o sol é a desgraça
Por me lembrar que vivo
Que ando, sento
Não só existo
Até olhar no espelho é difícil
Olhar alguém odiado
Que não para de seguir e imitar
Minha única salvação
Acho que foi a poesia
Sem ela já tinha sido levado à muito.

-R.C.

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Humanidades

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Se há uma ocasião humana, é a morte
Ela independe de classe social,
Se tem azar ou sorte
Ou conhecimento cultural.
A morte não se importa com os vivos
Tanto faz quem ficou
Ela não dá mimos
E pra quem fica nunca facilitou
A morte não se importa com a vida
Se foi honrosa ou não
Mediocridade ou ascensão
Corta fio sendo de algodão ou seda
Ela não se importa com o morto
Se estava no banco do carro
Se se sujava de barro
Ou de alguém tirando sarro…
A morte só se importa com a própria morte
Portanto humana e egoísta.

-R.C.

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Dias de poeta

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Tanta poesia
Com a dor que já senti
No momento é cada um por si
Mas a gente se entendia
Bate as ideias forte
Dá epilepsia
Imediatamente
Seria assim eternamente
Poetas de tanto lugar
Unidos pela dor de estar
A agonia
De ser.
Com vossos poemas posso contar
Para voltar a harmonia
Nos meus dias de poeta
Quando a mente não fica quieta.

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