Poesia em geral, de todos os tipos, para todos os gostos

Uma lição de jovem

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Quantos anos precisam passar
Pra perceber que você não alcançou a felicidade
Mas sim aprendeu a ser infeliz
Quantos anos
Até que s gente entenda que não é só um lugar
Não são só pessoas
Que somos seres tribais
E tudo bem se entregar a essa natureza de pertencimento

Já passaram anos
E não entendemos que o tempo de viver
Não é depois
A faculdade precisa ser apreciada
O trabalho precisa de algum prazer
E a viagem hei de ser estas férias.
Quando chegar a velhice,
Ela tem sim que ser descanso
Porém não uma redenção
Mas sim um momento de reflexão

Quantos anos precisam passar
Pra gente entender que os detalhes
Esses sim valem nossa atenção
Pois ainda que vivamos nos retalhos
Se deus sabe onde focar
Só nos resta aprender a imitar.

Pois é
Passam os anos
E parece que estamos cada vez mais longe
Longe de casa
Longe da infância
Longe da família.
A casa que te acolheu durante sua jornada,
A infância que te nutriu com tantas memórias
A família que te suporta quando cais.

Precisa ser assim?
Ou só escolhemos os caminhos difíceis
Por não sermos ensinados direito?
“A vida é difícil”, me disseram os velhos
Eu aceitei com humildade de um aprendiz
Pra hoje assumir que ela podia ser mais simples
“A gente vive em guerra consigo mesmos”, me disse uma jovem
E ali sim, eu entendi
Que o tempo de ser é hoje
E podemos ser felizes agora.

Quantos anos se passaram?
Muitos mesmo.
Mas já passaram todos que precisei.

L.Giannoni

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Eu te conheço, meu bem

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Vejo ele fazendo todas aquelas coisas
Que eu falei que faria
Ele está aí e faz,
Mas meu bem, eu dizia
Que conheci o que te satisfaz
sei aquilo

Se tivesse a chance-
Mas não, se bem que a gente repetia
Como Deus tem nuance
De vilão, heresia ou hipocrisia
Talvez um dia eu me canse
Da razão, e dê espaço pra alegria.

Isso só me prova mais
Que eu te faria feliz.

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Uma tarde de chuva em minha antiga casa

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Como uma bandeira de um país que já não existe mais
Cujo hino já não se entoa
E o juramento há muito não é feito.
Mais que esquecido, abandonado
Jogado ao vento sem qualquer significado
Sem origem, sem final
Não eterno, não finito
Quase vazio, mas cheio de algo xoxo.
Se houvesse memória, seria pouca
Se fosse pouco, de nada valeria.

Não há motivo intrínseco para estar no mundo
Mas algo nisso incomoda muito…
Só vale se há grandes feitos?
se há motivações maiores?
Cansaço pela busca desse sentido
E não sei quando isto passará.

Quero salvar vidas mas minha alma se perde mais e mais.

-R.C.

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O Pombo Urbano

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A Rotina é perigosa
Te enrosca sem ver
Funcionalmente engenhosa
Faz o que fazes sem ser
O que quem sabe gosta

A rotina tem seu perigo
Uma chuva ácida
Que ao buscar abrigo
Conta não se dá
Do conforto ao se banhar

A rotina ajuda
É tediosa, escravisa
Te empurra
Não quero dizer civiliza,
Mas em certo nível
Faz o dia-a-dia mais digerível.

A rotina não mata
Mas há vida na rotina?
Há vida automática
Que não pensa nem procrastina?

Vida mecânica…
Vida de máquina.

-R.C.

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Egoísta sem nem ligar

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Sou narcisista e nem escondo
Preencho minhas paredes de ego
E só mesmo cego
Não vê com o que estou admirado.

Escritas de todo tipo
Rabiscos em formas
Sem um set de normas
Nem preferência em específico

Gosto de olhar pra parede,
Ver ali algo que fiz
Não pois algo intercede
Mas sim porque quis.

São poucos os estranhos em meu olhar
Residem em minha prateleira
Não digo de forma grosseira,
Mas só amigos irei pendurar

São poucos os artistas
Mas ah, que talento!
De tomar um momento
E se admirar.

São quadros, desenhos
Poemas e montagens
O que lhes há vantagem
Será posto em impulso

São minhas paredes
Cheias do ego pelas artes.

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Dialética

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Não tenho sentido na vida que vivo
Não vejo futuro nesta situação
Mas não vivo nada tão incisivo
Negativo de antemão

Não é que sou triste
Só não estou feliz
Acreditei que quem insiste
Vive sempre o que quis
Espero que deposite
No meu quadro pouco giz
Pois exclamação se existe
Se anima com o que fiz.

Não tenho sentido na vida que vivo
Não vejo futuro nesta situação
Mas não vivo nada tão incisivo
Negativo de antemão.

-R.C.

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Fair far

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I looked straight to your eyes
Trying to mean something unsaid
I don’t know quite well if you got it
I only know that when I tried to leave it explicit
My mouth shut.
My throat got full
And somehow even the air got stuck.

How should I accept that I left
If I couldn’t say goodbye?

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