Arte é um meio
De liberar energia vital
Quer esteja o copo cheio
Ou já no final
E não importa que máscara
Colocar nessa energia
É como chácra
Lá noite ou dia
Assume forma
De pintura
poema
Escultura
É quase desabafo
De bons e ruins
Sejam poucas e boas
Muitas sem fins
A arte
É trabalho
E o trabalho
Enobrece.
Instinto
É distinto
De distintivo
A farda
Só é fardo
Deixa fadado
Nem fada
Confabula
É fábula.
A bula
Fica bolada
E burlada
A lei
Quer leitura
Ah lei dura
Só dura
Se durante
For de diamante
Só segue a diante
Quem lê antes
Que interessante
Interesse
Em internar
Faz exterminar
O externo
É eterno
Pros ermos
Todo ermo
Tem seu termo
Seu instinto
Sem distintivo
Com instando
Se distingue
Distinguido
E diferente
Pouca gente.
Amor pagão
Na fogueira arde
Fui contra o cristão
E deixei de ser covarde
Fogo forte, dor eminente
Logo a sorte foi, de repente
Luto pra poder,
Meu último artifício
Pr’um dia te ver
Farei sacrifício.
Nesta caixa de cimento
Onde guardamos nossa rotina
E sacramos nossa retina
Vejo caixas e lamento
Sem caixas,
Aos poucos o que se encaixava
Vai embora o que durava
E encaixado coisas menos baixas.
É um quebra-cabeça
De vida toda
Desmontado em remessa
Todavia.
Protesto é inútil
Detesto ser fútil
O material apodrece
Mental só enriquece
Aos poucos encaixo minha vida
Como fosse material
Como fosse normal
Se desfazer da tida.
Dar adeus ou até logo
Pros meus, não me empolgo
Só Deus vai saber
Quanta falta vão fazer.
Mais do que da Sicília
Aquelas unidas famílias
A minha se mantém junto
Encaixando-se pr’outro mundo.
Pareço, pra ti, poeta, meu amor?
Andando pelas ruas descalço
Amando a ti por todo espaço?
Pareço poeta que fala da dor?
Ou nos meus odes não realço
As mazelas, pareço aço?
Pareço poeta ao falar
Da minha cidade
De como passei nela minha mocidade?
Lhe pareço poeta quando me declaro?
Ou lhe falta amparo
Emocional para despir
E sentir
Tudo aquilo que me tira o ar
Seria absurdo
Ou de acordo
Com normal
A sós em momento tal
Me declarar
Com intensidade
De quem amanhã estará morto?
Te tiraria o ar?
Cheguemos no finalmente
Parece até de repente
Mas te amo profundamente
Quero te ver
Até minha menina ser um espelhos da suas
Te olhar
Até meus olhos serem pinturas suas
Te beijar
Até nossas bocas terem o mesmo sabor
Te abraçar
Até nossos corações sincronizarem
Só quero te amar
Até só haver amor no mundo
Quando respiro,
É do teu mundo o ar
Quando choro,
A lágrima vem do teu mar.
Quando vivo,
É com batidas do teu coração
Quando agressivo
É tua essa e toda emoção.
Quando penso,
É sobre ti que divago
Quando tenso,
No teu colo acho sossego.
Quando sempre
Minha porta aberta
Pra que você entre.
Num mundo de viver-se procurando sombras em cavernas Contemplo agora minha luz. Se todos vai procurar saber e serão enganados, minha mãe sempre disse Não sou todo mundo, não é tudo que seduz Talvez não sejam grutas, sombras; mas óculos escuros em tabernas
Minha ascensão vem em forma de mulher que escolhe se abre as pernas
Não em bar, nunca foi meu estilo, mas numa biblioteca De conhecimento da vida, externa Um Vale do conhecimento tão sagrado quanto Meca. Minha luz, Que deu luz à escuridão que o amor me trama Às inseguranças muitas que ficam claras a chama do sentimento de quem ama Quem sabe vivemos num mundo no qual vive-se em busca de puro sexo Mesmo ninguém entendendo qual o nexo Talvez impulso natural de vida; Talvez só desejo de diversão Mas saem em busca de sexo puro Mesmo que tem demais e de tanto ver são, do anterior, versão Ainda entusiasmada com coisas estranhas… Buscam pelo puro, mas a sós veem de incestos a estupros, De simplicidade de contexto a coisas de revirar entranhas.
Para isso não precisei da luz, A esse tipo de loucura não me expus. Ah! não sei se somos presos à caverna de Platão, acorrentados e privados de visão Definhados a ver sombras por toda vida e agradecer pela falta de opção Mas olho para ela e vejo mais que esperança, mas salvação Não pra pureza, mas pela certeza, pela convicção Que mesmo sendo sombra, claramente tem razão.
Depois do que você quer
E antes do que imagina
É nesse momento
Que entrarei na sua vida
Ó amada
Pra ser sincero
Não faço ideia…
Quais planos foram feitos
E quais postos a Nero?
Teremos nossa Odisséia
Ou demora menos que eu quero.
T’espero no presente
Mesmo consciente
Que seu, só meu futuro
Por mais que tente
Avançar mais rápido
O mundo é mais duro
E o tempo imaleável.