Lido

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Estou a olhar a 20 minutos
Para sua foto.
Você sorri com todos os dentes
Para o fotógrafo
-eu, no caso.
Falo com a foto.
Ela não responde.
Mando a ti mensagens
Em rede social,
Pelo correio
(Quantas cartas devem ser?
Faz 365 dias já…)
Nelas eu sou triste
Tento falar com você.
Você não responde.
Vou na sua casa
Pergunto por que não podemos
Tentar.
Ao menos outra vez
Você olha nos meus olhos,
Mas não me responde.
Teus olhos azuis
São os mesmos da foto
Você é a mesma garota
Para quem eu escrevo a um ano.
Não igual,
Mas identitária.
Antes falávamos o dia todo
Hoje, você não me responde.

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Exigências

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Amor pagão
Na fogueira arde
Fui contra o cristão
E deixei de ser covarde
Fogo forte, dor eminente
Logo a sorte foi, de repente
Luto pra poder,
Meu último artifício
Pr’um dia te ver
Farei sacrifício.

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Perfumes

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Era uma vez um homem
Sedutor de mulheres compromissadas
Não pra causar desordens
Mas para traírem e serem amadas
Comprarem o que do amante
Era mais marcante
O instinto primeiro
De quem abraça
É sentir o cheiro
Antes e depois do amasso
O vendedor de perfumes por inteiro
As queria, de graça
Conquistava-as, com esmero
Tirava-as da desgraça
Nunca possuiria
Completamente
Só o corpo, não a mente
Elas o riam
Sem saber o que sente
Só tesão, ele mente
O vendedor de perfumes
Escondia sentimentos
Como quem tira lumos
De quartos fechados
Hoje coleciona as mulheres tidas
Mas não tem solução de Midas.

-R.C.

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Caixas e caixas…

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Nesta caixa de cimento
Onde guardamos nossa rotina
E sacramos nossa retina
Vejo caixas e lamento
Sem caixas,
Aos poucos o que se encaixava
Vai embora o que durava
E encaixado coisas menos baixas.
É um quebra-cabeça
De vida toda
Desmontado em remessa
Todavia.
Protesto é inútil
Detesto ser fútil
O material apodrece
Mental só enriquece
Aos poucos encaixo minha vida
Como fosse material
Como fosse normal
Se desfazer da tida.
Dar adeus ou até logo
Pros meus, não me empolgo
Só Deus vai saber
Quanta falta vão fazer.
Mais do que da Sicília
Aquelas unidas famílias
A minha se mantém junto
Encaixando-se pr’outro mundo.

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Amor perro

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Soneto
Prometo
Meto
Medo
Cedo
Sedo
Crêdo
Crédo
Sêde
Séde
Médi
Médium
Prédio
Fétido
Fere
Foice
Noite
Nóz
Vós
Voz
Atrós…

-R.C.

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Pareço, pra ti, poeta?

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Pareço, pra ti, poeta, meu amor?
Andando pelas ruas descalço
Amando a ti por todo espaço?
Pareço poeta que fala da dor?
Ou nos meus odes não realço
As mazelas, pareço aço?
Pareço poeta ao falar
Da minha cidade
De como passei nela minha mocidade?
Lhe pareço poeta quando me declaro?
Ou lhe falta amparo
Emocional para despir
E sentir
Tudo aquilo que me tira o ar
Seria absurdo
Ou de acordo
Com normal
A sós em momento tal
Me declarar
Com intensidade
De quem amanhã estará morto?
Te tiraria o ar?
Cheguemos no finalmente
Parece até de repente
Mas te amo profundamente

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Até quando

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Quero te ver
Até minha menina ser um espelhos da suas
Te olhar
Até meus olhos serem pinturas suas
Te beijar
Até nossas bocas terem o mesmo sabor
Te abraçar
Até nossos corações sincronizarem
Só quero te amar
Até só haver amor no mundo

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Dos momentos e momentâneos

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Da minha vida sou eterno passageiro
Sem ter pontos finais
Um vai-vem nas pessoas,
Viajando por entre almas.
Nunca chegando cedo
Mas sim tarde demais
Outras vem cedo
As demais, muito tarde
Vou embora sempre.
Não tenho casa,
Não tenho a mim,
Só tenho a esperança
De que vou ter um fim.
(Mas nem minha morte viverei-
Ela não me pertence.)

-R.C.

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