Insônia

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Escrevo pelas paredes os versos cuja recitação foi falha a você. Eles me torturam. Escravizam minha mente, forçando-me a não pensar em outra pessoa, situação. Não há espaço nem para sonhos, estudos ou sequer leituras. Tudo é pesadelo.
Qual a tinta dessa (anti)poesia? Não há definição deste vermelho. Pode ser meu sangue ou o teu, nunca saberemos. Os cortes feitos em um são sentidos no outro. Que lindo é o amor… partilha do pão e vinho; no caso do corpo e do sangue.
Agora entendo a não-diferenciação da tinta. Ela é uma só, removida de um só local, extraída em uma só dor. Seria a briga, então, uma auto-mutilação voluntária? O “tempo” uma dupla-personalidade?
Te culpo sim pela loucura trazida pela privação da necessidade humana mais irracional- tu tirastes de mim o amor e como consequência, se foi meu sono. Junto do sono, esvai-se a vida, deixando-me sem vitalidade alguma. Já não conheço visão se não a turva; sensação visual que não a ardente; gosto de não o salgado de minhas lágrimas e talvez o de sangue arrancado dos lábios perante o desespero.
Sou obrigado por este sentimento a fechar-me em mim. Sou todo escuro. Sou todo buraco. Gauche de mim mesmo, sinto peso nenhum comigo se não o da sua perda, e ele é suficiente para me jogar no chão.
Não é suficiente para desligar minha cabeça.
Não é suficiente para cansar.
É o que basta para me enlouquecer.

-R.C.

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Natureza cúmplice- As Crônicas de um Fotógrafo 

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Andando pela cidade, não encontro nada de muito interessante. Criei esse hobbie na adolescência: andar pelos lugares caçando histórias, como se a rua fosse a extensão da janela usada pela minha avó para saber da vida alheia. Só observava tudo, em silêncio cúmplice.
Já havia um contrato entre os moradores e eu. Ao início, achavam estranho um menino andando quieto, olhando tudo. Acanhavam-sem com medo do julgamento social da rua. Foram notando meu jeito quieto… paulatinamente, eu já não fazia parte do corpo social daquela comunidade. Era um acessório, um eterno expectador.  Os novos entravam no bairro, achavam ruim, má acabavam se acostumando.
Lembro-me da primeira fofoca escondida por mim: uma mãe fugira de casa. Deixara a filha a mercê do mundo durante 2 dias, mas ninguém notara. A única pessoa consciente daquilo era eu. Podia acabar ajudando a garota? Chamando a polícia? Claro. Mas nunca fiz. Nunca me pareceu importante.
O importante foi quando o bairro cresceu e virou comunidade. Certa vez, subindo as ruas, dei de cara com a casa de um moço alto, forte. Vi ele pegando a peixeira, apontando pra moça. Se entendi bem, ela falou algo como “Não precisa! Eu pago!”, e logo em seguida já vi a peixeira em cor vinho.  
O homem chegou em mim, por ver que eu assistira a tudo, e me puxou para dentro da casa. “Já tô sabendo dessa sua fita de autista, mas já te digo que se isso vazar, quem morre é você moleque.” Sai dali em desespero, mas quieto. Desta vez, eu realmente tinha virado um cúmplice. Meu crime era ser eu mesmo.
No fim, a verdade foi sempre essa. Mesmo agora, nesse parque, vivo uma vida de outros. Uma história dependente diretamente aos problemas alheios. Saí de casa com uma câmera, apesar de nunca agir por si só, impossibilitando o uso desta.
De repente aparece uma garotinha. Deve ter uns 8 anos. Parece moradora do bairro, apesar de nunca ter visto ela, pois está sem pais e muito feliz para o lugar onde está. Ela senta no banco esperando algo. Suponho ser algum responsável.
Ouço uma corredeira atrás de mim. Um menino, da mesma idade dela anda com as mãos atrás do corpo. Sorri grande, como travesso. O que será que guarda?
Conforme anda, vem o buquê de flores enorme em suas pequenas mãos. Ele olha para a garota, sem falar nada, e ela ri. Ele também, e alto. Nesse momento, levanto a camera rapidamente e bato a foto dessa cena. Ela pega o buquê e dá um beijinho em sua bochecha.
A foto representa muito para mim. Desejo ser exatamente como o menino.
Desejo ser atuante, não cúmplice. Ele demonstrou seu sentimento, seja lá qual for com um gesto lindo e pessoal. Não esperou receber ou quis ver alguém fazê-lo. Queria ter sido a pessoa a ajudar a menina abandonada, não esperar a mãe dela voltar.
Desejo ser inocente, como antes da noite em que vi o assassinato de uma mulher pelas mãos do traficante, removendo toda minha infância junto da vida da mulher. O garoto não teve a malícia de beijar a boca. Pelo contrário, se animou com a bochecha, já completamente vermelha.

Talvez, quem sabe, aquele moleque devia ser eu.

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Humanize

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Quem é o capitalista inimigo
Supostamente fétido
Devidamente temido
E por vocês sofre perigo?

Lhes respondo de prontidão
E me perdoem pela decepção
Mas ele é uma fantasia
E vocês perseguem uma ilusão.
 
O empresário malvado
Chefe mal-humorado
É gente como a gente
 
Tem medo de morrer
Deseja também prazer
Teve a vida para aprender
 
Vocês gritam morte
Para outros terem vida
O objetivo é igualdade
Isso ninguém invalida
 
Mas a vida dele é de verdade
Não sua teoria da improbidade
O filho do cara chora igual
Não o desumanize por total
 
Quer quebrar banco? Não acendo teu pavio
Mas o segurança é pessoa
Não entro nesse navio
 
Podem dizer talvez
Que sou humanitário demais
Mas pra mim, gente não tem vez
Nossa raça nunca vai ter paz
 
Piores do que os lobos
(Estes vivem em alcatéia)
Fazemos os outros de bobos
Que merda de idéia!
Só estou notando sua incoerência
E nunca vai adiantar
Você vai continuar na indecência
E eu a todos criticar.

-R.C.

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Antecipação

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Meu amigo
Deixo toda minha história pousada em teu colo
Pois vou abandoná-la durante um tempo
E preciso que dela você cuide pra mim
Preciso que minha memória seja guardada
E por alguém que conheça-a
E aceite-a

Deixo minha poesia escrita em teus pulsos
Pois sei que não irás apagá-la dali
E que levarás teus braços ao peito quando sentires minha falta
E nesse momento (e só nesse)
Sentirei a saudade sentida por ti junto à minha
E chorarei só
Escrevendo em ti mais um poema

Largo nas tuas mãos minhas lágrimas
Pois confio em ti para limpá-las do meu rosto
E quando isso acontecer
O silêncio de minha boca será compensado pelo desespero
Vindo dos olhos e nariz
E tuas mãos leves irão erguer-me novamente para continuar

Ajoelho-me aos teus pés em agradecimento
Por toda a vida que pode ser contigo
E fizemos ser
Por toda a expectativa cumprida
E pela frustrada
Pois esta frustração gerou expectativa
E nossas aventuras continuaram intactas

Olho nos teus olhos em tom de alegria
Acolhendo minha morte temporária
Largando minha vida
Para viver outra, nova
Mas olhando a tua
Pois esta é a que importa
É esta a que continuará comigo
Pois é esta a que desejo estar presente
E nunca matar

Espero então
Que, por favor
Amizade seja imortal

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Paganismo da noite

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A insônia criativa
É o pesadelo de qualquer poeta
Pois tira sua energia completa
E escrevemos de maneira vingativa
Pelo sofrimento dessas madrugadas
Mal-dormidas, mal-vividas
Nem sonhadas ou descansadas
Simplesmente trocadas de meus olhos
Por marcas fundas de guerra interior
E esta vitória não deixa orgulhos
Mas na cabeça deixa dor
Nas ligações arrependimentos
Nas mensagens verdade inapagável
Na mente alívio pros sentimentos
No papel pensamento do não-alcançável
Preciso dormir, ó Morpheu
Quero deixar Apólo de lado
Esquecer a arte que este deus me deu
E cair em seus braços sem medo


-R.C.

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Lar, doce lar…

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O nosso acampamento Aruanã
O Vale Encantado
Do qual, tanto tempo, fiquei afastado
Não foge de qualquer mente sã
Segunda casa, um lar completo
De amigos bons está repleto
Uma outra família, difícil de achar
Monitores que cuidam como pais
Brincadeiras melhores do que computador
Não são simples, coisas às quais
Nos despedimos com tanta dor…
Não sei se é a última
E possivelmente será
Então aqui deixo minha homenagem
Meu lar aqui sempre estará
É terrível perda, grande lástima
De fazer chorar até dentro d’alma

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Confinamento- As Crônicas de um Fotógrafo

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O som do sinal interrompe minha fala. Imediatamente, pode ser ouvido o som de  livros sendo fechados sem vontade alguma, quase expulsando o interlocutor de seu espaço; no caso, eu sou ele, me deixando em uma situação extremamente desconfortável. Mesmo assim, não deixo de dar o aviso.
-Não se esqueçam dos resumos para semana que vem… as provas chegam e quero todos fora da escola ano que vem!

Deixo a sala de aula e imediatamente trombo Lili, a professora de matemática.

-Bom dia Rafa, como estamos?

-Muito bem! Agora vou pra casa, última aula. Vai pra onde?

-Acho que para o clube de fotografia. Você deveria tentar um dia.

-Ah, não é minha cara. Curto mais as coisas concretas, entende?

-Estranho, para alguém que cursou história… ela não é nem um pouco concreta.

-Suponho que é compensação, hahaha. Mas valeu o convite.

Gosto de Lili. Após ingressar esse Colégio (cerca de 1 ano e meio atrás) nos aproximamos muito, por não termos o mínimo interesse de participar do grupo mal-falante dos alunos.

Enquanto caminho em direção à garagem, observo o corredor. Colunas baixas, com um pé-direito de mais ou menos 4 metros; sinto muitas vezes que, ao pular, posso bater a cabeça, ou o medo de, do nada, o teto desabar. As paredes são cinza, as portas de madeira extremamente pesada. É fácil perceber a (quase) inexistência de janelas, pois elas se concentram nas salas de aula, e mesmo assim, são repletas de grades de ferro. Após comparações nem tão exageradas, compreendo o ódio dos alunos pela escola. Abro o portão de ferro (o único da escola) e entro na garagem de concreto, e adentro o carro.

Pequeno, com somente 2 lugares e o porta-malas, ele não convida ninguém pretendente de uma família. Oprime essas ideias facilmente, algo nem tão bom, mas o preço valeu. Família é uma idéia que permanece na minha cabeça em todo o percurso a casa. Uma mulher, filhos… mal consigo imaginar como seria, mas vejo uma pessoa: Lili.

Nunca me apaixonei loucamente, mas ela é o mais próximo desse sentimento que tenho. Confio nela, é uma amiga razoavelmente próxima e temos tempo extra-trabalho muito bom juntos. Claro, tenho meu grupo de amigos da faculdade e saímos para botequins e boates, mas o aperto de estar naqueles  lugares abafados e cheios de gente desconhecida não é nem perto de aliviante.

Esse pensamentos já permeiam minha mente a semanas. Já pensei em uma ou duas situações para tratar disso com ela, mas fico incerto e coisas do tipo. Não sinto aquele tesão em ir fazer isso, mas é uma constante, pois nada me deixa dessa maneira.

A buzina arranca na minha orelha. Quais me envolvi em um acidente, e isso move minha cabeça para fora da temática e coloca-a no trânsito. Mesmo num engarrafamento, fico focado oda frente e o de trás, com medo de uma retaliação pelo quase incidente. 30 minutos fico nessa avenida, mas chego no meu apartamento.

20m2. É esse o tamanho da moradia em que vivo. Suficiente para viver sozinho, tudo bem compacto. Sempre economizei muito, apesar de não haver destino para esse dinheiro. Suponho que seja instinto preventor… não compro nada além do necessário. Abro o armário e como um jantar, decido em mente que amanhã falaria com Lili.

Vou na gaveta, pego a câmera fotográfica  guardada para a tal ocasião  (ou só um presente), uma garrafa de Jack Daniels guardada para emergências 3 coloco na minha mochila. Soco umas roupas para esconder ambos; um shorts, uma calça jeans, algumas comidas… e não é possível mais notar a existência de ambos ou da arma branca que guardo.

Coloco a mala no sofá e caminha pra cama. Com roubo de trabalho mesmo, me jogo e durmo profundamente.

O alarme são altíssimo no ouvido, mas estranho o toque. Pego o telefone e vê que estou 30 minutos atrasado. Vou perder a 1a aula. Troco rapidamente de camiseta, passo desodorante e perfume, tomo meu café e saio após escovar os dentes.

Um acidente para a rua e sou obrigado a esperar; agora fica impossível dar a 1a, talvez até a 2a aula.  Ligo para o diretor avisando meu atraso. Após ouvir muitas, desligo e faço meu melhor, chego na escola a tempo de pegar a 3a aula.

Quando esta termina, vou para o intervalo, e sento ao lado de Lili.

-Bom dia  

-Bom… soube que atrasou hoje.

-Sim… infelizmente algo aconteceu e meu despertador não tocou.

-Que pena. Bem, acho que já vou indo para a sala então, tem matéria atrasada e tudo mais no E.

-Espera! Queria te perguntar… o que acha de sair pra jantar um dia desses?

-Jantar?

-Sim, qualquer lugar.

-Rafa, pra que?

-Ah, acho que a gente tem uma química e tal, bons amigos…

-Não.

-Não? Por que?

-Olha, muita coisa. 1o porque é do trabalho. 2o porque não somos tão amigos assim… não tivemos conversas muito profundas nesses ano e meio, né?! 3o porque você é muito morto Rafael.

-Morto?

-É. Você não vive, só está aqui. Você simplesmente se enjaulou na sua vida, nessa escola. Vive uma vida completamente vazia e eu não quero ir junto nessa.  Quero continuar com meus encontros e ambições, não estagnar num apartamento de solteiro, carro de solteiro e vida solitária com meus 25 anos. Desculpa, mas não. Agora, tenho que ir, e o Diretor quer falar contigo.

As palavras dela me atingem como socos. Confinado na minha cabeça, talvez nunca tenha olhado que ela não é bem a mais confiável. que talvez aquela escola seja uma prisão, não uma instituição de ensino. Que esse ambi engr fechado é repugnante para mim. Repentinamente, abandono as esperanças nesse modelo vivido.

O diretor chega perto e eu o mando  ao inferno. Na hora, fica explícita  minha demissão. Pego minha mochila, entro no carro. Lembro de uma estrada distante e por impulso, sigo na direção dela.

Num posto sento para decidir um plano e começo a ouvir um papo de dois homens. Um reclama de sua moto, inútil para a viagem planejada, pois vai com mala. Me meto na conversa fazendo uma proposta de troca; o carrp e pela moto. Pela velocidade e por saber qual carro era, decide aceitar. Após dar e receber as chaves, vou ao banheiro, me troco, ficando de jeans e blusa devido ao vento que rasga. O homem avisa que a moto está ruim, mas dirigível. Não me importo, só quero algo diferente.

Saio do posto em alta velocidade, seguindo em direção às serras mais vazias que consigo imaginar. Paro algumas vezes no percurso, mas nada demais, somente o motor falhando um pouco. Cai a noite e durmo num motel, entrando quando já não tenho energia para andar. Saio de lá 5h da manhã, para seguir estrada, com energia e alimento comprado.

O motor continua falhando e não tenho onde chegar, então, paro no acostamento. Passa pouco da hora do almoço, então, não me preocupo com alguém aparecer e eu sofrer ameaças, apesar de conservar a arma perto, na mochila. Sento na mureta ao meu lado; quando olho para baixo, vem a sensação de vertigem fortíssima da cabeça ao pé, pois abaixo de mim há um rio com forte correnteza, uma morte certa. Mas que importa? O que é a vida se não uma sequência de fatos aleatórios, um resultante do outro, com a constante eminência do final? Nesse momento, deitado neste muro com a garrafa ao meu lado, não estou mais perto da morte do que sentado no chão ou em casa na cama. A diferença mora na vista, pois o céu incrivelmente azul, com nuvens extremamente brancas me animam, e a correnteza faz um som de queda d’Água agradável aos ouvidos.Olho para o lado e vejo ali uma pequena estrada, mais íngrime, porém descendo até a margem. As devidas subsequentes fazem parecer um pequeno desenho, uma seguida da outra, e pego a câmera para registrar essa linda paisagem.

Este é o verdadeiro sentido para a vida, suponho eu. Do que adianta uma vida em locais confinados se a Graça de tudo está na paisagem?

Fim

Gostou do texto? Que tal ler mais algum?
Nesse link, você será encaminhado para a página do Projeto Entrelinhas, com a lista de todos os textos. Boa leitura!

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O primeiro poema

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Para ti foi o meu primeiro poema
Assim também está o último
O triste fim não será problema
Música lenta que me leva ao abismo

Com doces palavras te elogiei
Tal como açúcar puro e cristalino
Suadas mãos segurei
Ao som do afinado violino

Carícias íntimas e intimistas
Enlace de duas almas errantes
Seriam penas quase ilícitas
Mas ideias não eram como antes

Ilusão profunda
Ou realidade dolorosa
Seria essa uma dúvida oriunda
De uma realidade mentirosa?

Comigo não dialoga, fala
Só grita, escarra
Até orei a Alá
Mas a mim tu agarra

Tento fugir, mas é impossível
A ti amo demais
Viver só é inconcebível

Por que isso acontece?
Você me fez muito mal
Parece que entender de verdade
Só irei ao final

Meu final feliz é horrível
Digno de depressão
Mas essa comparação é cabível
Pela altura e pelo coração
Sem você não há combustível
Contigo entro em combustão
A vida não me é disponível
A morte um belo alçapão
 

-R.C.

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Cedo demais

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Explosões são feitas, sem alarde
Seu ano novo chegou mais cedo!
Mas se quiser, posso voltar mais tarde
 
Tudo mudou?
Claro que não
O mundo girou
E na Santo Amaro, Paulista ou Consolação  
Comemoro um ano falso
E esse recado realço
 
Explosões acabam, nada mais arde
Seu ano novo acabou tão cedo…
Você não quer que eu volte mais tarde
 
Então tudo continua
Mas a festa para
Não me deixa ficar
Ainda dá na minha cara?
E em frente à moradia sua, sigo a gritar

 
Explosões voltarão, ou cedo ou tarde
Seu ano novo não voltará!
Não preciso dessa realidade
 
Não esperou essa reação
Tenta recuperar tudo na oração
Deus só ouve a arrependidos
E assim está seu coração
Como estão seus sentimentos?
Cansados, fodidos?
Tua sorte é que os meus não estão demasiado ressentidos
 
Explosões aconteceram, de impedir deixaste?
Quer que o ano novo chegue novamente
Venha atrás de mim para tal desgaste.

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