O ciclo racista da educação privada- Mais do Mesmo

O ciclo racista da educação privada- Mais do Mesmo

Negros representam 54% da população, mas representam apenas 33,3% das matrículas em escolas particulares. Esse número muda para as públicas, que são 56,4%, mas a taxa de analfabetismo, para negros é de 11,2%, mais que o dobro que para brancos, 5,2 %. Esses dados só servem para confirmar uma verdade tão óbvia para todos: há uma diferença discrepante entre negros e brancos na sociedade brasileira. Por que isso? Seria uma diferença social importantíssima.
Pode-se notar um ciclo vicioso nesse tema; de acordo com o IBGE, brasileiros com 12 anos (ou mais) de estudo ganhavam 3,8 vezes a mais em cima dos que estudaram até 4 anos. Problema: 63% do trabalho infantil é negro. Como uma pessoa pode ter uma 12 anos de estudo se começa a trabalhar na idade de estudo? Resultado: esse jovem não vai completar 12 anos de estudo e ter uma renda suficiente para pagar uma escola particular, mandando o filho para uma escola pública.
De acordo com Marcelo Knobel, ex-reitor de graduação da Universidade Estadual de Campinas, a maioria dos estudantes que cursam o ensino médio público não considera ingressar em universidades públicas. Ora, se a renda não paga uma escola privada, não paga um ensino superior privado (mais caro ainda). Só há duas opções: ingressar no mercado de trabalho sem ensino superior ou ingressar com o intuito de pagar a faculdade. Mais um problema, 75% da PEI (de acordo com o senso IBGE de 96) é de pessoas sem ensino superior, tendencia que se fez verdadeira nos anos subsequentes.
O que mostrar com todos esses dados? Mostrar que o problema da quantidade inferior de negros em escolas particulares é um problema social grave, que, se não receber atenção, nunca será resolvido por entrar em um ciclo vicioso, conforme mostrado acima. Quais seriam as possíveis soluções? A melhora do ensino público de base seria um começo, uma medida a longo prazo desejável, e a expansão do ensino superior particular (sem afetar sua qualidade, como aconteceu na massificação do ensino fundamental público).

Fontes:
IBGE
Estadão
FNPETI
Marcelo Knobel- Revista Ensino Superior ( Unicamp)
R7
UFCG
Brasil Debate
UOL

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