Começa estável. Calmo e imóvel. Parece completamente seguro, sem risco de falhas. Mas essência e aparência é um jogo bem conhecido pela espécie humana, bem dominado. Nessa fase, a única coisa existente é perigo. Tranquilidade acalma o espírito, mas não fortalece as bases. Qualquer pequeno movimento dá a sensação eminente de desastre.
Tragédia. O escuro tranquilo mostra o quão possível é esse fim. O desastre da acomodação. A tragédia do final sem meio. Este é o verdadeiro perigo, o qual não se tem consciência. O início do escape desse fim é tenso e medonho. O mundo parece estar acabando. Na barriga, só o frio da espectativa, do desejo. Desejo de sair da monotonia, pela emoção afinal. Tudo parece pequeno.
O tamanho das coisas é distorcido, através da óptica. Não podemos cobrar nossa visão de quem não tem nossa vivência, pois uma é consequência da outra. A luz recebida é forte e espalhada, como se, sem querer, essa cidade inteira estivesse me iluminando.
O escuro da incerteza me possui. Simplesmente ao fechar os olhos perco o medo dessa penumbra e finalmente posso ter calma novamente. Mas dessa vez, uma firme, não ignorante. Uma certa estabilidade vinda do conhecimento e confiança. Agora só há movimento, puro e contínuo, e é está a razão do meu ser.
Ser. É esse meu objetivo final. Não simplesmente estar ou ficar, mas ser. Um contínuo e não estático, em sua essência. Mas essência e aparência é um jogo bem jogado pela espécie humana.