O que os olhos não vêem as paredes contam

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O que os olhos não vêem as paredes contam

A saudade que eu sinto é meio assim…
Dor que dói despercebida
Por baixo da aparência destemida
E se me perguntarem não digo que sim
Porque homem de verdade não chora
E meu herói poucas vezes o fez na minha frente
Não que por isso o aprendiz implora
Porém não quero ser diferente
Cada vez que desatino
Sinto-me arrependido
Como se as paredes tivessem ouvido
E contado às árvores, que contaram aos pássaros
Que contaram aos outros voantes
E numa rede desgraçada, quase destino
Chegaria ao ouvido do meu herói que chorei de saudade
Portanto não choro em público
No privado não me atrevo
Se eu conseguir manter a promessa de verdade
Vai ser por causa de algum trevo
Despercebido que entrou na minha não-casa
Foi chutado até o não-quarto
Criou em si uma pseudo-asa
E ficou pousado em minha carteira.

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