O que faço com as músicas
Aquelas que ouvíamos no mesmo fone
Durante beijos, jogo de cintura e sinuca
Devo esquecê-las ou as ouvir com qualquer clone?
O que faço com os poemas
Aqueles que te escrevi
Devo colocá-los acima de tantos problemas
Ou esquecer que já os vi?
Com os lugares visitados
Cheios de risadas e carinhos
Aqueles momentos sempre são ressucitados
Não importa se pego outros caminhos
Com os filmes
Meio vistos, meio não
Devo nunca mais vê-los então
Para não sentir qualquer ciúmes?
Tudo isso são memórias
Criadas por você e por mim
Antes nossas histórias
Agora só minhas ou suas
Simples assim
Antes centenas, agora uma ou duas
Vou livrar-me delas como posso
Álcool, cigarro, maconha ou coca
Faca, espigarda, bastão ou pistola
Porque o mundo meu costumava ser nosso
E nos meus sentimentos a poeira se estoca
Lembrando de ti minha vida se atola
É hora de esquecer da maneira possível
Violenta, silenciosa, privada ou dolorosa
Socialmente deslocado, odiado, imiscível
Lembrança que me mata, não me preza, a facada me lesa.
-R.C.
Vale a pena se apegar ao que não nos corresponde???
Com certeza não, mas não é como se a transição entre apego e desapego fosse instantânea…
Obrigado pelo comentário.