Indução

É longa a caminhada pretendida e pretensiosa planejada contigo. Mas assim é a vida; só podemos escolher com quem vivê-la, pois esta é enorme e cheia de pequeninas ramificações, e sua companhia neste labirinto é crucial como oxigênio.

Crucial não para os pulmões que dão a vida, mas ao fogo aquecedor de uma relação, dependente de alguém tal como um cheirador deseja pó, com a linda diferença do local de ação da química: um no cérebro, tornando-o escravo forçado, outro no coração, fazendo do Senhor escravo, e do Escravo senhor. Quem dera os amantes tivessem vício um pelo outro… tornaria tudo muito simples: remova a dose durante um período e gradualmente o paciente não desejará mais.

Um casal não funciona assim, pois, quanto menor a dose, maior o desejo, e este só cresce com o tempo. O caminho inverso é igualmente falho, pois a maior dose possível só causará maior dependência, uma relação paradoxal.

Assim deve ser o relacionamento. Um paradoxo indecifrável, onde a única coisa compreendida por ambas partes é o intenso sentimento de união e confiança, mesmo desconhecidas as origens,  pois estas não importam.

O importante é estar “junto”  

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